Grupo DUA apresenta espetáculo gratuito ‘Todas as vozes: um rito musical para a terra’ em São José dos Campo
O grupo Dua, formado pelas musicistas Bruna Prado e Maria Luana, apresenta o espetáculo gratuito “Todas as vozes: um rito musical para a terra” neste sábado (18 de maio), no distrito de São Francisco Xavier, em uma celebração às raízes da música da região rural de São José dos Campos (SP) e aos mestres e mestras da cultura.
Depois de um primeiro show inesquecível em abril, com participação de Ana Maria Carvalho, o público pode se preparar para o evento deste sábado, às 16h, e mais três apresentações: em 1º de junho (em São Francisco Xavier); e nos dias 6 de julho (na Feira do Ecomuseu no Campos de São José – Jardim Lambari) e 20 de julho (no Cine Teatro Benedito Alves, Centro), em São José.
O espetáculo do dia 18 de maio, na Pousada Kolibri, contará com participação de Quinzinho Viola e homenagem a Maria da Viola. “O show terá um clima mais intimista, tipo quando a gente senta na beira da fogueira, toca violão e conta história. O Quinzinho e a Maria, que será a mestra homenageada, têm essa proposta em suas canções e performances. O lugar onde vai ser o show é lindíssimo, no meio das montanhas, em um cantinho super charmoso, lindo e silencioso, no bairro de Santa Cruz, e, para melhorar, no fim da tarde, com o pôr do sol compondo com o cenário”, conta Bruna.
A artista também comentou sobre o primeiro show da turnê, realizado no bairro dos Freitas, na zona norte de São José. “A estreia foi muito emocionante para mim. Primeiro, porque toda estreia gera uma grande ansiedade – é sempre o momento de ver a reação do público àquilo que a gente criou; segundo, porque faríamos parte de um evento com a presença de muitos mestres de cultura e músicos que estamos homenageando; e terceiro, porque cantaríamos com a Ana Maria. No fim deu tudo certo, o público foi muito receptivo e afetuoso, e a Ana Maria tem uma presença que faz a gente se emocionar, e aí a gente toca e canta com o coração. Foi assim que me senti!”.
O projeto
Realizado com recursos do Fundo Municipal de Cultura, da Prefeitura de São José dos Campos, e apoio da FCCR (Fundação Cultural Cassiano Ricardo), “Todas as vozes: um rito musical para a terra” tece diálogos entre o Vale do Paraíba, a Serra da Mantiqueira e outras culturas musicais latino-americanas, como a das tonadas venezuelanas, zambas e chacareiras argentinas, cumbias colombianas e o folclore negro do Peru. A proposta é ter a participação e homenagear mestres e mestras da cultura, como Ana Maria Carvalho, Quinzinho Viola, Deo Lopes, Jongo Mistura da Raça e Maria da Viola.
Nascido no distrito joseense de São Francisco Xavier, Dua é o encontro entre Maria Luana (Uruguai) e Bruna Prado (Brasil), musicistas dedicadas à pesquisa do folclore latino-americano. Juntas, elas exploram as vocalidades presentes em diversos gêneros de canção de origem rural, suas estruturas rítmicas e o canto a duas vozes, em um formato com violão e percussão, com letras que priorizam a temática da terra, seus ciclos e os ritos que envolvem a relação entre a coletividade humana e os ciclos da natureza.
O espetáculo conta com cenário e figurino criados pela artista plástica Juliana Strzygowski, inspirados em elementos do artesanato local, como cestos de taboa e redes de pesca, e no imaginário que permeia as canções.
Repertório dos shows
Para a construção do repertório, a dupla trabalhou em cima de pesquisa musical preliminar feita pela produtora Patricia Ioco, que atua no Vale do Paraíba há 25 anos. Depois, partiram a campo em trabalho de escuta e consulta a mestres locais de cultura popular – cancioneiros, violeiros, mestres de jongo e artesãos –, além de casas de cultura e documentos no Museu do Folclore de São José dos Campos.
Os shows destacam canções de Miriam Cris, Rialcim, Deo Lopes, Nilton Blau, Ana Maria Carvalho, Trem da Viração, Ari da Rabeca, Quinzinho Viola e Adriana Mudat, além de músicas em espanhol de Atahualpa Yupanqui, Jorge Fandermole e Armando Tejada Gomez.
É desafio do espetáculo aproximar o canto às origens, apresentar as canções de forma oral e, a partir da condução das artistas, trazer o público para dentro das obras, experimentando sonoridades e transformando o espetáculo em um rito, onde todos cantam, dançam e celebram juntos, à maneira dos festejos populares.
As apresentações em São José são gratuitas, com indicação livre e têm tradução em Libras. Estão sendo registradas em fotos e vídeos que servirão de material para um minidocumentário sobre a pesquisa e a turnê, que ficará disponível para acesso livre e gratuito em canal do YouTube e páginas do projeto.
SERVIÇO
Próximas apresentações do projeto “Todas as vozes: um rito musical para a terra”
– 18 de maio, às 16h, com participação de Quinzinho Viola (Pousada Kolibri – Estrada de Santa Cruz, 600, bairro Santa Cruz – São Francisco Xavier)
– 1º de junho, às 16h, com participação do Jongo Mistura da Raça (Praça de São Francisco Xavier)
– 6 de julho, às 16h, com participação de Deo Lopes (Parque Lambari – Campos de São José)
– 20 de julho, às 20h, com participação de Ana Maria Carvalho, Quinzinho Viola, Jongo Mistura da Raça e Deo Lopes (Cine Teatro Benedito Alves)
Confira mais detalhes na página do projeto no Instagram: @todasasvozes_dua
Sobre o Dua
O Dua nasceu em 2022, no encontro de Bruna Prado e Maria Luana.
Bruna Prado é cantora, compositora, pesquisadora e condutora de processos criativos e educacionais envolvendo voz, corpo e canção. Doutora em Música, Mestra em Antropologia Social e Bacharel em Música Popular pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Formada, ainda, pelo Método Bertazzo de educação do corpo e do movimento. Tem dois álbuns-solo, além de participação em discos de outros artistas. Trabalhou durante dez anos no “Canto do Brasil: atividade e ensino musical” (São Paulo), espaço coordenado pela cantora e profa. Dra. Regina Machado. Foi professora do curso de música da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), em Foz do Iguaçu (PR). Vive atualmente no distrito de São Francisco Xavier (SP), onde dá aulas de canto no Projeto Colibri, do Núcleo Educatho; conduz de maneira autônoma o projeto Oficina de (en)cantos e atua artisticamente com o grupo Dua, além de integrar o GT Mulheres da Cultura de São José dos Campos. Produziu, em 2021, ao lado de Helô Ferreira, o “Festival Cancioneiras”, financiado pelo Fundo Municipal de Cultura de São José dos Campos. Em 2022, circulou com o espetáculo “Quatro Estados para a Solidão”, contemplado pelo edital “Música ao Pôr-do-Sol”, da Fundação Cultural Cassiano Ricardo (FCCR).
Maria Luana é cantora, compositora e terapeuta sonora. Nasceu em Montevidéu e cresceu entre Costa Rica e Brasil. Desde 2014, se dedica a pesquisar diferentes linguagens de improvisação, música vocal e cantos ancestrais da América Latina e do mundo, assim como diferentes caminhos para o uso da voz e o corpo como instrumento musical e de expressão criativa e artística. Já se apresentou em vários países e festivais internacionais na Costa Rica, Argentina, Brasil e Uruguai, e tem dois discos lançados. Participou de projetos artísticos como o Coro Juvenil do Estado de São Paulo e o grupo vocal Nômade, liderado pela moçambicana Lenna Bahule. Faz parte da banda do compositor Luiz Tatit e da Orquestra do Corpo (projeto dirigido por Fernando Barba de Barbatuques), entre outros. Desenvolveu os seus estudos de canto com Wagner Barbosa, Anais Maviel, Lívia Nestrovski, Renata Rosa, Lucia Spivak, entre outros, e de improvisação vocal e música corporal com pioneiros da técnica como Fernando Barba, Stenio Mendes, Keith Terry, Joey Blake, Roger Treece e Rhiannon. Vem transitando uma jornada para relembrar e expressar em liberdade a sua voz e expressão criativa e atualmente facilita vivências, retiros e workshops de voz e criação com a intenção de relembrar e potencializar a voz autêntica e despertar a música e criatividade que habita em todo ser.