O que o IGPM tem a ver com a sua vida?
IGPM, IPA, IPC, IPCA e tantos outras siglas muito faladas diariamente nos noticiários econômicos podem parecer assuntos voltados apenas para especialistas, mas a oscilação destes índices interfere diretamente na vida e no bolso do cidadão comum. Daí a importância de procurar fontes que expliquem de forma clara e didática porque a população em geral deve sim estar por dentro do que significa o tal “economês”.
O IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado) – por exemplo – é usado no reajuste dos contratos de locação de imóveis e o último salto registrado deve assustar quem depende do aluguel. “A alta do IGPM foi de 13% nos últimos 12 meses (de 18,20% para 20,56%) e vai afetar em cheio o preço dos aluguéis de grande parte dos brasileiros. Apesar de não ser uma regra determinada em lei, a esmagadora maioria dos contratos de aluguel usa o IGPM como referência”, explica o planejador financeiro Bruno Samayoa.
É possível adotar um outro índice de reajuste do aluguel?
De acordo com Samayoa, nada impede que o inquilino negocie com o dono do imóvel a utilização de outro índice para o reajuste. Uma conversa franca e honesta entre proprietário e locatário pode ser o primeiro passo. “É possível deparamos com casos nos quais o valor recebido como aluguel seja a única fonte de renda do locador e por isso ele não possa abrir mão do reajuste, mas por que não propor a utilização de um índice menor do que o praticado pelo mercado? O melhor negócio é sempre tentar chegar em um meio termo para que as duas partes se sintam confortáveis”, orienta planejador financeiro.
Lembrando que o contrato de aluguel segue a Lei do Inquilinato e que ao assiná-lo, o inquilino se compromete a aceitar os reajustes propostos. Caso não aceite o aumento, o inquilino tem o direito de rescindir o contrato, mas deve estar atendo à possível multa caso seja uma rescisão antecipada. “Por este motivo é muito importante buscar uma negociação direta com o proprietário ou por meio da imobiliária, para chegar a um consenso e minimizar os prejuízos para todos lados envolvidos.
Como o IGPM é calculado?
O IGPM é um indicador econômico composto por outros três índices que refletem a oscilação dos preços nos setores e atividades específicas da economia. São eles: IPA (Índice de Preços do Atacado) com o peso de 60% no cálculo, o IPC (Índice de Preços do Consumidor) com peso de 30% e o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) com os 10% restantes.
A moeda americana também interfere diretamente nesta conta. Para entender melhor esse salto de 13% do IGPM nos últimos 12 meses, é preciso lembrar que o dólar acumula hoje alta aproximada de 34% frente ao real e um dos índices que mais captura essa alta do dólar é o IPA (Índice de Preço do Atacado) que reflete no preço dos produtos industriais, matérias-primas, commodities, entre outros. Esses itens possuem uma correlação positiva com o dólar e se a moeda americana tem uma valorização, o preço deles também acompanha essa elevação, mesmo sendo produzidos no Brasil.
Sobre o especialista:
Bruno Samayoa tem 30 anos e há 10 atua profissionalmente no mercado financeiro. É graduado em Administração de Empresa, com MBA em Gestão de Finanças pelo Centro Universitário Barão de Mauá e atualmente cursa MBA em Controladoria e Auditoria Fiscal pela FGV.
Foi aprovado nos exames de certificações CPA10, CPA20, CEA, tornando-se especialista de investimentos pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), e possui também a Certified Financial Planner, uma das certificações internacionais mais renomadas do mundo e destinada a Planejadores Financeiros.
Começou sua vida profissional em grandes instituições bancárias e hoje atua como agente autônomo de investimentos. É palestrante, professor e fundador da Escola de Certificações, onde leciona cursos preparatórios para exames de certificações financeiras, sendo destaque em aprovação de alunos no Vale do Paraíba.