Democratização no Mercado Acionário: a partir de setembro, investir no exterior fica mais acessível via BDRs
A Comissão de Valores Mobiliários libera acesso a todos os perfis os de investidor aos chamados BDR –Brazilian Depositary Receipts – o que, na prática, significa que a partir de setembro todo investidor brasileiro poderá aplicar no exterior de maneira mais facilitada.
Escritórios como a Plátano Investimentos – XP Investimentos – o maior e mais antigo do setor na RMVale – se prepara para atender esta demanda com mais de 500 opções desse produto financeiro à disposição para alocar recursos de seus clientes, que traz boas perspectivas para implementar a carteira de investimentos.
Willian Sávio, assessor de investimentos da Plátano, explica como funciona este investimento: “É uma forma do investidor brasileiro investir em ações de empresas estrangeiras sem a necessidade de fazer remessas internacionais, abrir conta em corretoras lá fora, correr riscos diretos de variação cambial e ainda lidar com questões tributárias de outro país. Quando um investidor no Brasil compra um BDR de uma empresa listada nos Estados Unidos por exemplo, ele não está comprando a ação propriamente dita, mas um recibo daquela ação que está depositada numa instituição financeira. É como se uma agência do seu banco lá fora comprasse ações da Apple e deixasse esses papéis bloqueados numa conta da própria instituição, então na sequência você compra um título lastreado à essas ações”.
Essa alternativa chega num momento propício aos investidores brasileiros, por conta da taxa Selic estar em 2%, não deixando muito atrativa boa parte dos investimentos que o brasileiro está acostumado, exigindo que a pessoa passe a buscar alternativas para um bom rendimento.
“O que precisa ficar claro é que investir em BDRs é investir em renda variável, por isso, os preços flutuam da mesma forma que as ações de empresas listadas aqui no Brasil. O valor mínimo a ser investido é o valor de um BDR de qualquer empresa. Normalmente esses BDRs são negociados em lotes de 100, da mesma forma que ações, no entanto, é possível comprar através do chamado mercado fracionário, onde você pode comprar literalmente uma única ação da empresa. Para exemplificar, no dia 14 de agosto, o BDR da Apple (código AAPL34) no mercado fracionário fechou em R$249,98, então, esse valor mais os custos da corretora seria o mínimo para investir num BDR da Apple” explicou Sávio.
A garantia desse tipo de investimento se dá por exigências regulatórias, visto que a instituição depositária precisa comprovar que tem as ações estrangeiras como lastro para a emissão dos BDRs.
Opções de BDRs:
Patrocinados
Os BDRs se dividem em dois grupos principais: BDRs Patrocinados e Não Patrocinados. Além desses grupos, ainda existe uma subdivisão em níveis, que vai de I até III.
Os BDRs Patrocinados são aqueles onde a empresa tem registro na CVM, desta forma, a nossa regulação tem maior controle sobre todo o processo de emissão desses títulos no Brasil. São títulos emitidos por interesse próprio da empresa, que contrata uma única instituição depositária para emitir os seus certificados. Aqui é necessário registro da CVM e maior controle dos nossos órgãos reguladores.
Para os BDRs Patrocinados de nível II e III as empresas estrangeiras precisam seguir por aqui, várias das mesmas regras exigidas para empresas brasileiras como Petrobras e Itaú.
Não Patrocinados
Já os BDRs Não Patrocinados, os títulos não são emitidos por aqui por iniciativa da empresa em si, mas sim, por uma instituição financeira depositária, muitas vezes com o objetivo de oferecer mais alternativas para seus investidores.
Os BDRs Não Patrocinados são sempre de nível I, com bem menos exigências que os demais. No nível I é a instituição financeira que deve divulgar aqui no Brasil todos os dados obrigatórios do país de origem, mas sem a preocupação de converter demonstrações contábeis para a nossa moeda ou ajustar de qualquer forma os dados para as nossas regras contábeis.
Como era e o que muda
Para os BDRs Patrocinados de Nível II e III não muda absolutamente nada, mas acontece que eles eram praticamente inexistentes no Brasil. A grande maioria dos BDRs listados são Não Patrocinados I, que é aquele nível com bem menos burocracia para sua emissão. Esses BDRs sempre foram exclusivos para investidores qualificados, que são os investidores com patrimônio de no mínimo 1 milhão no mercado financeiro.
“Digo sempre para os meus clientes que quando se fala em investimento em ações, nós não podemos ser torcedores. Precisamos projetar no mínimo três cenários e nos preparar o máximo possível para as diferentes possibilidades. Acredito que os BDRs devem ser um excelente instrumento para gerenciar os diferentes tipos de risco na carteira do investidor brasileiro, de qualquer tamanho. Trazendo uma exposição de ativos de alta qualidade e negociados no mundo inteiro”, reiterou o assessor da Plátano Investimentos.
Essa medida da CVM vem em linha com a democratização de cada vez mais investimentos, já que permitirá ao brasileiro ter a possibilidade de aplicar em ações de grandes empresas estrangeiras, sendo também uma excelente oportunidade de montar um portfólio de investimentos em setores que são poucos desenvolvidos no Brasil, como por exemplo, de empresas de tecnologia. Entre elas, Apple, Amazon e Netflix se tornam mais acessíveis aos nossos investidores. São novos horizontes, com boas perspectivas de liquidez e oportunidade de exposição para o investidor brasileiro.
Fonte: Plátano Investimentos: Av. Cassiano Ricardo, 319, sala 2106. Ed. Pátio das Américas. Jardim Aquarius. (12)3322-8916.