Maio Amarelo: Fundação Grupo VW lança guia sobre mobilidade na escola
O movimento Maio Amarelo propõe atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo. Pensar como as pessoas se deslocam nos espaços urbanos, seja de maneira individual (a pé, de bicicletas, motocicletas ou carros) ou de maneira coletiva (de ônibus, metrô, trem) é essencial para o planejamento urbano, pois influencia de maneira decisiva na qualidade de vida dos cidadãos nas cidades. Pensando nisso, o Carona a Pé, com financiamento e supervisão da Fundação Grupo Volkswagen, desenvolveu um material destinado aos educadores e alunos do Ensino Médio e a todos que se interessem pela temática de mobilidade urbana, com o objetivo de inserir e fortalecer a mobilidade urbana no currículo das escolas brasileiras, como um Tema Contemporâneo Transversal (TCT) dentro da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Lançado em 5 de maio, o guia “Mobilidade urbana na escola: por que esse tema não deve ficar parado?” aborda, em 97 páginas, tópicos como o próprio conceito de mobilidade urbana, o futuro das cidades e suas possibilidades de transformação, a importância do caminhar e do ir a pé para a escola, o que uma cidade precisa para ser caminhável, o urbanismo tático e o planejamento urbano, entre outros. Tudo isso com exemplos concretos, chamados de “Pílulas de Ação”, e sugestões para a elaboração de atividades pedagógicas em seções denominadas “Transformar Conhecimento em Ação”, que são propostas flexíveis para que os educadores elaborem atividades de forma autônoma e em referência ao contexto de sua escola, conforme recomendações fundamentais da BNCC para o trabalho com Temas Contemporâneos Transversais.
O guia em formato digital e com recursos de acessibilidade já está disponível no site da Fundação Grupo VW; o acesso e download são gratuitos. O projeto contou com a assessoria da Mais Diferenças, para o desenvolvimento de uma perspectiva inclusiva e acessível do conteúdo, proporcionando a todas as pessoas, com e sem deficiência, não só a leitura do guia em si como também a possibilidade de participação e implementação de todas as ações propostas no material. A organização é especialista no estudo, desenvolvimento, implementação e compartilhamento de ações e materiais relacionados à educação e cultura inclusivas, tendo como princípios básicos a acessibilidade e a garantia dos direitos das pessoas com deficiência.
“É importante entender que mobilidade urbana é muito mais do que ir e vir. Acessibilidade, desenvolvimento sustentável, inclusão social, segurança viária, cidadania, eficiência na circulação pelas cidades… Esses são alguns dos princípios universais que estão vinculados ao tema, que é uma das causas de atuação da Fundação, e podem transformar significativamente o futuro das cidades”, afirma Vitor Hugo Neia, Diretor de Administração e Relações Institucionais da Fundação Grupo Volkswagen.
Renata Morettin, sócia-fundadora do Carona a Pé, conta que pensar o guia no contexto da pandemia da Covid-19, que fechou as escolas, mudou a lógica de trabalho e impôs a necessidade de isolamento e distanciamento, foi um desafio e tanto. “Por outro lado, depois de vivermos meses de pouca circulação, ficou evidente como os locais de convívio social e o contato com elementos da natureza são importantes e necessários para a saúde física e mental e o quanto é urgente pensar em uma cidade mais acessível e segura para todos”, afirma.
“Esperamos que o guia ‘Mobilidade urbana na escola’ possa inspirar e provocar movimentos nas unidades escolares e comunidades, servindo como referência teórica e ponto de partida de atitudes concretas que contribuam para tornar nossas cidades espaços mais inclusivos, seguros e sustentáveis”, conclui Vitor Hugo.
Exemplo de Pílula de ação
Uma praça próxima a uma escola de Maragogi (AL) era pouco frequentada pelos alunos. Durante a noite, a comunidade tinha acesso a um aparelho de televisão público que ficava no local, porém, durante o dia, a falta de sombreamento e aridez não eram atrativas para os moradores. Elza Lira, arquiteta-urbanista e consultora da prefeitura, convidou a start-up URB-I para uma intervenção temporária.
A partir de exercícios de escuta com os estudantes e a comunidade local e de um projeto de intervenção minimamente viável, os próprios alunos pintaram o chão, pneus, decks e plantaram mudas. A prefeitura comprou o material necessário, cuidou da nova iluminação e da retirada do entulho. Com isso, a praça ganhou muita cor e a população de Barra Grande, Maragogi (AL), descobriu que é possível melhorar um espaço público, tornando-o mais vivo e atraente.